terça-feira, 27 de julho de 2010

Parabéns aos Especialistas em Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva


O dia 12 de julho teve uma noite especial!

Principalmente para a turma 01/2010 de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, do IPGEX. Foi a noite do Seminário Avançado, desta turma de Blumenau!
Parabéns aos novos especialistas: Alessandra, Alexandra, Clair, Daniela, Eliane, Eronilda, Gláucio, Heloísa, Janaína, Josneli, Maiara, Mariza, Marta, Sandra, Solange e Teresa.
Além da noite ser muito produtiva, os trabalhos de todos estão mto bons! Obrigada pelas novas experiências e aprendizagens que vcs me proporcionaram... Foi mto gratificante conviver com cada um de vcs, ao longo destes meses.
Oxalá queira que continuemos a nos encontrar!
(=
Abraço a todos...
Para me despedir de vcs, deixo essa frase de Andresa M. Vicentini: "Respeitar pessoas é aceitar as diferenças!" Tenho a certeza, que vcs vivem essa máxima, que é crucial para a Educação... Que bom que vcs vivem a essência disso...

sábado, 3 de julho de 2010

Por uma vida mais simples - Simone Tinti




Em meio a tanta oferta de produtos e informações, é preciso encontrar um tempo para desacelerar, tornar o dia a dia menos complicado e aproveitar aquilo que deixa a sua família feliz. Mas, como?

Ei, respire fundo. Vamos lá, de novo. Posso imaginar o que foi para você conseguir tempo para sentar e ler, com calma, esta reportagem. E, na sua mente, o pensamento mais lugar-comum possível: a rotina nos consome hoje mais do que antes. Por isso, nessa correria toda, você se concentra no final de semana para que ele seja per-fei-to. Várias ideias surgem: visitar aquele parque incrível e os brinquedos novos, a exposição que acabou de começar, andar de bicicleta, conferir a estreia do cinema... Será que em dois dias dá para fazer tudo? Mãos à obra! É preciso correr, assim dá tempo de aproveitar ao máximo o tempo “livre” com seu filho. Mas, no meio do caminho, aparece uma formiga. E seu filho, alheio aos minutos que se “perdem”, quer porque quer acompanhar os passos do inseto. Você insiste, mas, para ele, ainda não faz sentido deixar aquele momento tão especial para... para ver o que mesmo?


Algumas vezes você se pergunta: mas por que é tudo tão, mas tão complicado? Já parou para pensar que nós temos, sim, o poder de ir descomplicando um pouco as coisas em meio ao caos? Caos mesmo. Criar um filho já parece ser um furacão de sentimentos e alternativas, do jeito certo de educar à lista infinita de compras até as opções em cultura e lazer. Mas, quando paramos, e respiramos fundo – como você fez acima –, fica tudo bem claro: precisamos urgente descomplicar.


Primeira tentativa. Em meio a tanta “complexidade”, lembre-se dos momentos mais felizes ao lado de seu filho até agora: pode ser o primeiro sorriso dele ainda bebê, uma noite sem febre depois de seguidas maldormidas, a gargalhada após aquele monte de cócegas, uma música compartilhada, a primeira colherada totalmente independente na hora da refeição. Para o filósofo Mario Sergio Cortella, o simples está em tudo aquilo do qual sentimos falta e que nos deixa felizes. “É partilhar uma lua cheia, ter aquela vontade de morder quando vemos o pé de um recém-nascido, ter um beijo roubado do seu filho, a sensação da sua mulher puxando o cobertor sobre você de manhã”, diz.


Para curtir, é preciso tempo. Às vezes nem é tempo para acontecer. Mas tempo para perceber que estão acontecendo. Lembra-se de quando nos prometeram que a tecnologia viria para facilitar nossas vidas? Pois não aconteceu bem assim, você deve ter notado. Nossos compromissos aumentaram, o volume de informações e opções também, e quem é que estamos levando junto? As crianças. Já pensou que, para elas, passar horas enchendo e esvaziando um pote de areia pode ser mais importante do que ter uma agenda cheia de atividades extracurriculares? Como estão em outro ritmo, se damos a elas mais chance de viver de uma forma mais simples e menos corrida, não serão apenas mais felizes, mas também mais saudáveis.
Foi o que apontou uma pesquisa da Universidade de Washington (EUA): brincar garante não só o desenvolvimento adequado, mas também a boa saúde no futuro. Eles verificaram que ter espaços verdes perto de casa, por exemplo, contribui para que as crianças façam mais atividades físicas e, consequentemente, tenham menos riscos de ficarem obesas. E crianças que se divertem em meio à natureza apresentam melhor funcionamento cerebral e menos sintomas de déficit de atenção e hiperatividade.


É na infância também, na mesma fase em que as crianças aprendem noções de motricidade, a falar e a andar, que os hábitos de consumo são construídos. É claro que os pais são os primeiros exemplos, mas a televisão, a propaganda em geral, os amigos e a escola também influenciam na formação desses hábitos. E, em meio à oferta gigante de produtos e serviços, você precisa se perguntar se é preciso adquirir tanta coisa. “Quando a criança disser ‘eu quero’, em vez de dizer que não tem dinheiro, explique que o brinquedo novo não é a prioridade agora”, diz Cortella. Nem sempre é fácil, sabemos.


Para a assessora de imprensa Letícia Pizaia Mazão, 30 anos, esse “não” veio na forma de um tênis com cara de dinossauro. Seu filho Miguel tem 3 anos e pediu um tênis igual ao de um amigo. Letícia acabou comprando e, mal saiu do shopping, o menino começou a pedir mais coisas. “Eu tive de dizer ao Miguel: ‘Você já ganhou o seu tênis, curta esse presente primeiro’”, conta. O que fazer se nem nós mesmos resistimos ao novo celular ou àquela liquidação? Avalie as crianças, que também estão expostas à publicidade na TV, marcas que desfilam com os colegas na escola, nas ruas e na internet. “As crianças são inseridas no mundo do consumo desde cedo, mas, até os 12 anos, elas não têm pensamento crítico para decidir sobre o que devem ou não ter. Assim, querem tudo ao mesmo tempo”, afirma Laís Fontenelle, coordenadora de Educação do projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana.


TEMPO DE REDUZIR


A alternativa é criar uma nova relação com o consumo. Para Paula Pinto e Silva, antropóloga da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), é, felizmente, um caminho sem volta, pois a própria sociedade está se defendendo de seus exageros. Na busca de valores mais simples, há uma volta a antigos hábitos mesmo que com outras representações, como partos naturais, slings para carregar bebês e fraldas de pano, que ganharam até mesmo uma roupagem mais moderna para atrair as mães. É reflexão inclusive para novos pais. Vanessa Ulhoa Fernandes, 31, e Marcelo Fernandes, 32, são servidores públicos em Curitiba (PR), e pais de Sofia, 3 meses. A vida de ambos sempre aconteceu pautada por pouco consumo. Uma vez casados, a situação financeira melhorou e as compras aumentaram. Diante das primeiras olhadas em reportagens sobre decoração de quartos de bebês, no entanto, já bateu o alarme: como seria a conversa sobre consumismo com a Sofia no futuro? “Fico imaginando como vou ensinar a ela que é preciso resistir a tanto brinquedo, roupa... A gente já tem vontade de comprar um monte de coisa, imagina quando ela crescer e começar a pedir. Acho que vai ser bem difícil dizer ‘não’ mesmo tendo dinheiro”, diz a mãe. E vai mesmo. É inevitável. Serão esses “nãos” os grandes mestres de Sofia, que poderão guiá-la para um consumo mais consciente.


NÃO É PARAR DE CONSUMIR, MAS CONSUMIR DIFERENTE


Há também uma busca pelo equilíbrio. O advogado Carlos Nieburh, 29 anos, comprou um videogame já pensando em quando vai poder jogar com o filho Raul, que hoje está com 2 anos. Mas o filho tem também um carrinho de rolimã, traves de madeira para fazer gols, pipas e rampas para andar de bicicleta. De quebra, é quase um retorno dele mesmo às origens. “Eu me sinto um pouco moleque de novo com o Raul”, diz. Ou seja, a vida com as crianças é sempre uma tentativa de (re)encontrar o que deixa você mais feliz. E nessa tentativa de descobrir o que é melhor, você vai ver que as crianças entendem mais de simplicidade do que você imagina. Um galho de árvore jogado no quintal vira uma espada. Uma toalha vermelha é a capa do super-herói preferido. Ao lado dele, você vai ver que não será difícil alcançar uma vida mais simples. E o quanto é importante – e prazeroso – lutar por ela.


DICAS PRÁTICAS


• Passeio sem compras. Alterne a ida ao cinema dos shoppings com dias em parques, praças e teatros, ou mesmo uma volta pelas ruas do bairro.

• Herança de família. Estimule seu filho a cuidar das roupas e brinquedos e explique o quanto é legal herdar coisas de outras pessoas.

• Momentos únicos. Chame atenção do seu filho para um arco-íris depois da chuva. Invente jogos ou brincadeiras que são só de vocês: vale compartilhar músicas que vocês gostam, dançar no meio da cozinha ou promover contações de histórias no sofá da sala.